O racismo sempre esteve presente em nossa sociedade, e até hoje o cabelo afro ou crespo é mal visto em muitas situações. Por esse e outros motivos, foi criado o Dia do Orgulho Crespo, uma forma de incentivar a liberdade expressiva dos cabelos naturais e debater assuntos relacionados ao preconceito.
O que é o Dia do Orgulho Crespo
No dia 26 de julho é celebrado o Dia do Orgulho Crespo em São Paulo. O movimento teve início com uma mobilização nas redes sociais, de onde se originou a primeira Marcha do Orgulho Crespo, em 26 de julho de 2015 na Avenida Paulista.
A Lei 16.682/18 foi criada em 2018 em parceria com a deputada Leci Brandão, dando visibilidade ao preconceito sofrido pela estética afro-brasileira. O Dia do Orgulho Crespo, no Mato Grosso do Sul, é celebrado no dia 7 de novembro, de acordo com a lei 5.206/2018.
No ano passado o evento se tornou um encontro online, com diversas palestras e debates acerca da representatividade e incentivo ao cabelo natural.
Marcha e incentivo a liberdade expressiva dos cabelos naturais
A Marcha do Orgulho Crespo fortalecerá a autoestima e protagonismo das mulheres negras, levando a reflexões sobre racismo e padrões de beleza impostos. A principal luta do movimento é o preconceito sofrido em diversos âmbitos da sociedade, com o objetivo de difundir conhecimentos à população.
A marcha teve sua origem em 2015, com uma mobilização realizada inicialmente nas redes sociais. O movimento ganhou a atenção da deputada Leci Brandão, que entrou com o projeto de lei em 2018 que foi sancionado por Alckmin.
Discriminação por causa do cabelo afro: os malés que a sociedade ainda cultiva
Não são poucos os relatos de mulheres com cabelo afro que sofreram preconceito na rua, ou até mesmo em entrevistas de emprego. Segundo um estudo publicado pela Social Psychological and Personality Science, mulheres negras com cabelos alisados são mais bem vistas que mulheres negras com cabelos naturais ou tranças afro. Isso demonstra a diminuição de oportunidades para mulheres que optam pelo cabelo natural.
A mudança, de fato, parece estar longe de acontecer. Porém, uma lei da cidade de Nova York propõe uma esperança de mudança. Segundo a lei, criticar ou constranger pessoas baseado em seu cabelo é considerado discriminação racial, o que pode ser o primeiro passo para um grande avanço.
Estética afro: mercado brasileiro de produtos para cabelos cacheados, ondulados e principalmente crespos
Segundo um estudo realizado pelo Google BrandLab, as buscas pelo termo “cabelos cacheados” superaram as buscas pelo termo “cabelos lisos” no Brasil em 2017. Esse fenômeno mostra uma mudança de comportamento, com interesse maior em cabelos naturais.
O mercado de produtos para cabelo no Brasil é um dos que mais crescem. Os brasileiros também são o quarto maior consumidor de produtos para cabelo do mundo, deixando claro o motivo dessa rápida expansão. Mas, porque esse consumo aumentou tanto?
- Muitas mulheres assumiram seus cabelos naturais, cuidando mais dos fios e consequentemente investindo mais em produtos;
- A indústria nacional produz uma variedade maior de produtos para cabelo, levando a um maior desejo de consumo dos compradores.
O Dia do Orgulho Crespo possui um importante papel no combate a discriminação dos cabelos afro e do racismo em geral. Alguns avanços e mudanças de comportamento já ocorreram, mas ainda sim é um tema que merece ser mais abordado e levado a sério.
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