as redes sociais mudaram o jeito do brasileiro ver o cabelo crespo

Durante anos, o cabelo liso foi obrigatório, mas agora cada vez mais mulheres adotam cabelos crespos naturais. O negócios especializados em capelos crespos estão crescendo; graças a demanda está sempre aumentando.

Segundo levantamento da Pantene de 2018, as brasileiras gastam em média 300% a mais em alisamentos químicos do que as americanas. Em um país obcecado pelos padrões de beleza branco-europeu, cabelos lisos foram a meta de todas as raças e profissões, seja a supermodelo Adriana Lima, a cantora Preta Gil ou o rapper MC Carol.

Não faz muito tempo, que no Brasil havia quase uma unanimidade sobre o cabelo natural ser de mal gosto e péssima qualidade e precisa ser tratado com um processo de alisamento intensivo e caro, como o selante, escova progressiva e outros métodos.

E tudo começou a mudar por meio do Youtube

Então o YouTube e o Instagram apareceram. Cada vez mais mulheres brasileiras nessas plataformas começaram a celebrar seu cabelo natural, compartilhando vídeos, postagens e tutoriais para dar dicas para outras mulheres e meninas em todo o país.

Jacy, de 29 anos, começou seu canal no YouTube com um vídeo sobre tranças em forma de caixa há quatro anos. “Fiz para amigos e conhecidos que queriam saber como fazer”, diz Broadly em português. “Era para ser uma coisa muito pessoal; até pedi às pessoas que não compartilhassem porque estava com vergonha. “

July – imagem do instagram

O vídeo teve 667.000 visualizações e recebeu centenas de comentários agradecidos. No Brasil, o cabelo natural foi relegado às margens da representação convencional. Os vídeos de julho preencheram a lacuna da mídia.

Com o tempo, a abertura do YouTuber para cabelos a levou a criar vídeos sobre raça, preconceito e confiança. Hoje em dia, julho está cheio de negros. Um de seus vídeos mais populares é sua cena de rosto nu, e a trilha sonora é uma tradução para o português do discurso de Malcolm X. “Quem te ensinou a odiar a textura do seu cabelo?

July acredita que o Brasil sofre de uma incapacidade institucional para lidar com a identidade negra, ainda que pouco mais da metade da população brasileira se identifique como negra ou parda – um legado de três séculos de escravidão que trouxe vários milhões de africanos para o país.

Para july, o assunto se resume à educação. “Não aprendemos nada sobre os afro-brasileiros ou sua história além da escravidão, embora haja muito mais sobre a nossa cultura. Então é a isso que estamos associados, essa é a única coisa que os negros brasileiros sabem sobre a nossa identidade. “

Trabalho cansativo e havia momentos em que julho estava perto de desistir. Ainda assim, ela diz, vale a pena ouvir sobre o impacto que ela e outros YouTubers tiveram sobre os outros.

“As mães me procuraram e disseram que suas filhas de três anos queriam alisar o cabelo, mas após olharem minhas fotos, decidiram usar seu visual natural. Essas coisas fazem tudo valer a pena. “


Comentários

2 respostas para “as redes sociais mudaram o jeito do brasileiro ver o cabelo crespo”

  1. […] os médicos dizem que seguem as mesmas regras que as mulheres grávidas, porque não há pesquisas mostrando que as […]

  2. […] de prender os cabelos com elásticos, os cabelos devem estar completamente secos, não há nenhum produto químico que esteja com um cheiro forte […]

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